Foto: Montagem de Rodrigo Sanches/Revista Exame
Quis o destino que, no dia reservado pela história para
homenagear as mulheres de todo mundo, o ministro Edson Fachin, do Supremo
Tribunal Federal, tomasse uma decisão que certamente entrará para a história
brasileira.
Ao declarar a incompetência da Justiça Federal do Paraná –
leia-se Moro, Dallagnol e a turma da Lava Jato curitibana – para julgar os
processos do triplex do Guarujá, do sítio de Atibaia e das doações ao Instituto
Lula, o ministro Fachin restabeleceu algo que parecia ter sido sepultado no
nosso país: o estado de direito.
Não é de hoje que vários juristas renomados – dentro e fora
do país – vêm denunciado ataques sistemáticos e orquestrados ao estado de
direito brasileiro. Parecíamos caminhar a passos largos rumo aos tempos
sombrios do regime de exceção.
Antes que os apressadinhos de plantão corram para espalhar
fake news por aí, é preciso pontuar que a decisão de Fachin – que ainda será
avaliada pelo plenário do Supremo – não implica na absolvição sumária de Lula.
Agora, caberá à Justiça Federal do Distrito Federal analisar os três casos que
envolvem o ex-presidente.
Ao enquadrar Moro, Dallagnol e Cia., Fachin apenas colocou
os pingos nos is.
Lula elegível
A decisão de Fachin não traz apenas desdobramentos jurídicos.
À primeira vista, a repercussão tende a ser muito maior na esfera política. Ao
devolver a elegibilidade a Lula, na prática, o ministro acaba recolocando o
nome do ex-presidente no jogo eleitoral do ano quem vem.
Setores da oposição e – não só do PT – já enxergavam, e a
passaram a enxergar ainda mais, Lula como a opção mais viável para destronar o
presidente Bolsonaro do Palácio da Redenção, em 2022.
Agora com Lula elegível, é esperar como vai se comportar os
partidos do chamado campo progressista. Se vão se unir em torno da provável
candidatura do ex-presidente petista, ou se vão se dividir como ocorreu em
2018.
Suspeição de Moro
Tão logo a decisão do ministro Fachin tornou-se pública, uma
pergunta invadiu o meio jurídico brasileiro: o que acontecerá agora com a ação
no Supremo que denuncia parcialidade do então juiz Sérgio Moro nos processos
contra Lula?
Quem se arrisca a palpitar?.
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